Resumo sobre as Quatorze Estações da Cruz

As quatorze estações da cruz

Os quatorze fatos mais importantes do caminho que Jesus percorreu até chegar à cruz


As quatorze estações da cruz são uma bobina de energia que se desenrola e, também, a espiral de energia na qual desenvolvemos nosso momentum divino de realização e de iniciação na Senda. Deus não ordenou que enfrentássemos toda a energia e peso do carma do passado em um único dia e, por isso, Ele desenrola a bobina de energia aos poucos. Como disse Jesus: “Basta a cada dia o seu próprio mal.”

        A iniciação em cada estação consiste em tomar a energia e exigir que a mesma seja transmutada pelo fogo sagrado, de acordo com a natureza da iniciação da estação. O que não resiste à prova de fogo do amor é consumido pelo Espírito Santo, pela chama violeta; o que permanece é selado para toda a eternidade.

As estações nas linhas do Relógio Cósmico

        As estações podem ser mapeadas nas linhas de um Relógio que representa as doze hierarquias solares. A primeira estação está na linha doze do Relógio e, a partir daí, seguimos no sentido horário. Todas as vezes que a pessoa avança uma posição no Relógio Cósmico, começa uma iniciação totalmente diferente porque vai lidar com energias diferentes.

Primeira estação

        Na primeira estação, linha doze do Relógio, “Jesus é condenado à morte”. Essa é a linha do poder divino e da hierarquia de Capricórnio. O mau uso da energia desta linha – o abuso de poder – é a condenação. Os caídos sempre abusaram do poder divino condenando o Cristo.

        Quando a pessoa está na primeira estação da cruz e sente sobre si o peso da condenação do Filho de Deus pelo mundo, ela reconhece a situação e imediatamente invoca a transmutação dos momentums pessoais e planetário de condenação à morte não só de Jesus, mas, também da Mãe e seus filhos.

Segunda estação

        Na segunda estação, na linha um do Relógio, “Jesus é obrigado a carregar a cruz”. É a linha de Aquário, da Nova Era. É a linha de Saint Germain e a energia dessa linha é o amor. Portanto, a cruz que precisamos carregar aqui é a cruz de todas as perversões do amor, pessoal e planetário. Todas as vezes que pervertemos a energia do amor, forjamos a nossa própria cruz. E o nosso Cristo Pessoal só conseguirá descer da cruz quando requalificarmos com o amor, a energia de ódio, vago desagrado, irritação e aversão ao Cristo, em nós e nas outras pessoas.

Terceira estação

        Na terceira estação “Jesus cai pela primeira vez”. Estamos na linha dois do Relógio, a linha de Peixes, um signo de água, cuja qualidade é a mestria divina. É a cruz do momentum planetário de morte, dúvida e medo – medo que Deus não exista, dúvida sobre a Sua existência, medo da própria identidade, medo da separação – é o questionamento humano interminável. Quando estamos nessa estação, invocamos a chama violeta, nomeamos o momentum de morte, invocamos a glória de Deus na energia da mestria divina, e seguimos em frente.

Quarta estação

        Na quarta estação “Jesus encontra-se com sua mãe aflita”. É a linha três do Relógio, linha de Áries e do controle divino. É a linha do ego na qual precisamos escolher entre o ego humano e o Ego Crístico. Precisamos renunciar ao ego humano que amamos demais – o nosso próprio ego. Mas muitas vezes não o admitimos e transformamos o outro no objeto desse amor. Assim, entendemos que a pessoa a quem Jesus mais amava era sua própria mãe. Quando ele olha nos olhos de Maria, decide que iria adiante. Ele se separaria da pessoa a quem mais amava e, assim, mataria a mente carnal em si que, por causa da simpatia humana, o faria afastar-se da Senda. O abuso desta linha está na presunção que o ego tem de abrir a própria senda segundo os próprios termos.

Quinta estação

        Na quinta estação, linha quatro do Relógio, “Simão, o cireneu, ajuda Jesus a carregar a cruz”. A iniciação nessa linha, a obediência, está subordinada à hierarquia de Touro. Com o desejo de estar em conformidade com a vontade de Deus, precisaremos renunciar ao conceito segundo o qual pela força e pelo poder conseguiremos passar por essa iniciação por conta própria, e que poderemos fazê-lo sem reconhecer a necessidade de intercessão do Espírito Santo, na pessoa de um amigo, para nos ajudar.

        Nessa estação também nos defrontamos com a nossa própria rebelião interior que se opõe aos requisitos da Lei de Deus. Tal rebelião pode irromper dentro de nós como um Vesúvio e nos tornar arrogantes, irritadiços e obstinados. O touro é [o símbolo do] signo de Touro e, como touros, jogamos o nosso fardo para os lados e dizemos: “Eu não vou fazer isto!”, até finalmente cairmos de joelhos, quando percebemos que foi a nossa rebelião que nos colocou na posição em que precisamos gritar pedindo ajuda.

Sexta estação

        Na sexta estação “Verônica enxuga o rosto de Jesus”. É a linha cinco do Relógio, linha da sabedoria e do ensinamento. A iniciação está na transferência de energia do Mestre para o discípulo, do Espírito para a matéria. A perversão da linha é a ignorância do ensinamento e da Lei. A ignorância é intencional e resulta da inveja e do ciúme dos que têm luz pois passaram pela senda da iniciação.

Sétima estação

        “Jesus cai pela segunda vez” na sétima estação, linha seis do Relógio. A queda nesta linha acontece devido ao peso dos abusos pessoal e planetário da energia da Mãe, sob a hierarquia de Câncer. Na linha seis está o chakra da base. Nela todos os abusos e usos equivocados do raio feminino, na alma e no templo do corpo, serão transmutados. É um desafio do corpo emocional porque Câncer é um signo de água. As perversões da estação são a desarmonia e a discórdia que se manifestam como indecisão, autopiedade e justificação. Temos justificativas para as nossas discórdia e desarmonia.

Oitava estação

        Na oitava estação, linha sete do Relógio, “Jesus consola as mulheres santas”. É a linha de Leão e da gratidão divina. É a afirmação, a alegria, o louvor, a aclamação, a liberação da energia de gratidão no corpo dos desejos. O abuso desta linha inclui ingratidão, falta de consideração, densidade, cegueira espiritual, incapacidade para liberar a energia de alegria e de gratidão que manifestam a vitória em Leão.

Nona estação

        Na nona estação, linha oito do Relógio, “Jesus cai pela terceira vez”. A terceira queda de Jesus acontece sob o peso de momentums pessoais e planetário de todas as formas de injustiça. É a iniciação de Virgem. Enquanto carrega a cruz nessa estação você sofrerá injustiças e precisará lembrar-se da declaração de Pórcia, Deusa da Justiça, que afirma que “Não há injustiça no universo.” É uma declaração absoluta e uma afirmação do ser. Isso quer dizer que mesmo em meio ao que aparenta ser uma injustiça a pessoa pode invocar a luz da chama violeta da transmutação e conseguirá ver que por trás da injustiça, que é sempre ou um teste ou uma manifestação do carma, está a Realidade da Justiça Divina.

Décima estação

        Na décima estação, linha nove do Relógio, “Jesus é despojado de suas vestes”. Trata‑se de uma iniciação cósmica pela qual passam tanto os portadores de luz quanto os caídos. Aqueles que pensam estar vestindo roupas finas, que são ricos e têm muitos bens deste mundo ver-se-ão, de repente, da noite para o dia, despojados de suas vestimentas – o dinheiro, as provisões, o prestígio exterior e o momentum –, e reduzidos a nada porque nós todos precisaremos ficar nus diante de Deus.

        Quantos de nós poderíamos passar hoje pela crucificação, despojados do ego exterior, despojados dos acúmulos deste mundo, despojados de tudo menos da luz do coração? Apoiamo-nos na opinião de outras pessoas? Em coisas materiais? São estes os adereços da nossa identidade?

        Todos nós passaremos por esse teste. Ficaremos nus diante do mundo. O mundo nos julgará. E como aconteceu com Jesus, não importa quanto da Lei tenhamos provado, o mundo sempre condenará. “Se eles me perseguiram, também vos perseguirão.” Se fizeram com Jesus, podemos esperar algo melhor? Portanto, não devemos desejar popularidade nem aclamação. Devemos ter um único desejo: a salvação das almas cujo cuidado nos foi confiado.  

Décima-primeira estação

        Na décima-primeira estação, linha dez do Relógio, “Jesus é crucificado”. A cruz da linha dez é a do egoísmo e do narcisismo. Está relacionada à hierarquia de Escorpião cuja energia é a visão de Deus. Os cegos que lideram cegos são aqueles que obstruíram totalmente o terceiro olho com o egoísmo humano. São totalmente egoístas e lideram outros totalmente egoístas.

        Sempre que a nossa visão se turvar e não soubermos que passo dar na vontade de Deus, lembremo-nos de limpar algum registro de egoísmo humano: pode ser algo que tenhamos feito na Atlântida ou na Lemúria, ou algo que fizemos há dez mil anos ou ontem. Seja o que for, a vibração do egoísmo atrasa a nossa missão e o nosso plano divino.

Décima-segunda estação

        Na décima-segunda estação, linha onze do Relógio, “Jesus morre na cruz”. Vida é energia e não pode ser nem criada, nem destruída. A vida que Jesus entrega vai para Deus e permeia o coração de toda criança de Deus que evolui na Terra. Torna-se a vida de todas as pessoas. É a equação externa da integração.

        Nessa linha, a iniciação suprema está em percebermos que precisamos provar, aqui e agora, a indestrutibilidade no interior do templo. De nada nos adiantará sermos indestrutíveis no céu. Precisamos mostrar a indestrutibilidade da luz do Cristo aqui na Terra. Esse é o ponto da ressurreição. Foi por isso que Jesus ressuscitou o corpo físico. Poderia ter deixado o corpo no sepulcro e retornado em espírito, mas queria que vissem as marcas dos pregos em suas mãos e pés. Queria que soubessem que o templo físico, a Mãe e o corpo da Matéria haviam sido restaurados.

Décima-terceira estação

        Na décima-terceira estação da cruz, linha doze do Relógio, de novo Capricórnio, “Jesus é retirado da cruz”. Dia após dia o nosso serviço tira da cruz aqueles que o mundo crucificou. Alguns permaneceram ali milhares de anos, porque ninguém se aproximou na pessoa da chama da Mãe para dizer, “Aqui, vou ajudá-lo. Vou mostrar-lhe como entrar na tumba, o Laboratório de Espírito, para provar a sua ressurreição”.

Décima-quarta estação

        A décima-quarta estação está na linha seis do Relógio: “Jesus é colocado no sepulcro”. O sepulcro é um símbolo da câmara do coração, o laboratório onde provamos a vida eterna. É o ventre da Matéria. Está no coração da Mãe. E fica no chakra da base, novamente a linha seis do Relógio. Isso significa que provar a vida eterna depende da elevação do fogo sagrado do chakra da base até o chakra da coroa, o fluxo perfeito do caduceu.

        Jesus deixou o templo no pleno domínio do seu Cristo Pessoal. Sua alma dentro do Cristo Pessoal desceu ao plano astral e pregou aos espíritos rebeldes que ali estavam confinados desde os dias da Atlântida. Ele voltou para o corpo para ressuscitar, na manhã de Páscoa.

Passando pelas estações

        As quatorze estações da cruz são conhecidas como a via dolorosa. A descrição é feita por um observador, não por quem está passando pela iniciação, pois quem está caminhando sente alegria e paixão supremas.

 

PROPHET, M.L., PROPHET, E.C., The Fourteen Stations of the Cross, in The Path of the Universal Christ, Corvin Springs, Summit University Press, 2003, pp.194-213.

Mt 6:34

Jo 15:20

 

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